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Da ideia à concretização do seu negócio

Atualizado: 7 de mai.

Insistimos sempre na ideia de que a Engenharia Integral (EI) conduz a resultados melhores para os negócios que contemplem a implantação de algum empreendimento em construção civil. Aliás, qualquer implantação se beneficiaria com ela. E continuaremos com essa ideia por diversas razões. Algumas explicamos na sequência.



Antes de qualquer coisa é preciso lembrar dois pontos fundamentais na abordagem metodológica da Engenhara Integral:


  1. Não há sentido, na EI, em discretizar as disciplinas técnicas a não ser por questões de distribuição de trabalhos especializados. Essa discretização é o oposto da integração, logo não é adequada à EI. Mas o edifício precisa ser pensado com todas as especializações simultânea e colaborativamente. Logo, não significa que não são consideradas, mas que não são trabalhadas separadamente.

  2. Assim como não se separam as disciplinas técnicas, também não são separadas as diversas perspectivas com as quais o processo de implantação deve ser estruturado. Na EI, chamamos de Eixos de Competência, uma vez que cada perspectiva ou eixo exige competências específicas das equipes.


São, ao todo, seis os Eixos de Competência da Engenharia Integral: Negócio, Produto, Processo Produtivo, Suprimentos, Execução e Entrega. Estes eixos compõem uma abordagem multi perspectiva que considera aspectos técnicos e gerenciais.


O eixo Produto responde pelo Projeto de Arquitetura e Engenharia e o eixo Processo Produtivo, pelo Planejamento e Orçamento do empreendimento (entre outras coisas). O eixo Execução, obviamente, se refere à execução das obras.


Para simplificação, deixamos de fora deste texto o eixo Negócio e consideramos o eixo Suprimentos parcialmente contemplado nos eixos de Processo Produtivo (Planejamento) e Obras (Execução). Essa junção pode facilitar o entendimento e não atrapalhará as conclusões gerais a que pretendemos chegar.



Ao longo do ciclo de vida, nos eixos de competência, eventos e entregas importantes vão se acumulando, rumo à conclusão do produto da implantação, o empreendimento. E não nos enganemos, o resultado da implantação não é apenas o edifício pronto, mas inclui o negócio nele operando. De nada serve, ou pouco serve, um edifício sem atividade. O empreendimento não é construir, mas operar um negócio. Construir é parte disso, é meio e não fim,


O eixo Produto, que aqui estamos chamando de Projeto, corresponde à definição e detalhamento do produto, ou seja, o edifício com tudo que está dentro dele. É claro que cada etapa deste trabalho pode ser realizada de forma um tanto isolada das demais, mas a EI considera o processo completo, desde a seleção do melhor local ou terreno até a documentação final que apoiará a operação e manutenção.


Neste processo de desenvolvimento do projeto, importantes estágios são atingidos, cada um com suas características e relacionado com os demais eixos de forma específica. Aliás, é desta relação com os demais eixos de competência, somada à integração interna das disciplinas técnicas, que deriva a qualidade das soluções concebidas e do seu relacionamento com as demais frentes de trabalho na implantação.



Não se engane: a condução de disciplinas técnicas isoladamente, bem como os trabalhos de um eixo sem consideração dos demais, não oportuniza sequer a percepção de questões importantes que, embora não inviabilizem o resultado, subtraem-lhe qualidade.


Além disso, qualquer solução para o produto precisa ser concebida também como processo produtivo (eixo Processo Produtivo). Sem essa integração, a capacidade de atender à Execução fica reduzida e se torna mais confuso o trabalho de Suprimentos. Tudo está interligado, tudo é integrado. O edifício só se realiza integralmente. Aliás, o negócio só opera integralmente.


A necessidade de integração nos leva imediatamente ao eixo de competência Processo Produtivo, que neste texto, abordamos como Planejamento. Com efeito, cada solução concebida possui um processo produtivo, ou seja, um procedimento de execução a ser seguido e os atributos a serem observados em cada entrega intermediária do empreendimento.


É a definição deste processo produtivo que condiciona o cronograma de obras e influencia fortemente o orçamento. E a cada iteração de concepção de soluções multidisciplinares, tudo vai se refinando.


Paralelamente, à medida que as definições de produto e processo produtivo se firmam, planeja-se as aquisições necessárias de serviços e materiais. Cada tipo de serviço ou material pode demandar uma modalidade contratual diferente, em função das táticas de execução e controles das obra necessários.

Assim, enquanto são executadas as obras, as compras também são conduzidas de modo a garantir o andamento adequado.


Por fim, à medida que se caminha para a conclusão das obras, inicia-se o processo de transição à operação. Isto é sobretudo importante nos empreendimentos em que se instalam linhas de produção com equipamentos e que demandem ajustes de desempenho entre as diversas etapas da produção.



A essa altura você já percebeu que tudo é feito com um foco especial na execução das obras. É nesse eixo de competência que os recursos são consumidos em larga escala e onde os problemas podem ocorrer com mais frequência e intensidade. As equipes que trabalham nesse eixo de competência têm, ao longo do processo, um papel preventivo importantíssimo e, infelizmente, muitas vezes (quase sempre) subestimado.


Primeiramente, a execução de obras, por mais que possua suas teorias, é um aprendizado muito baseado em experiência. Costumo dizer que o olhar de um construtor é sempre mais afiado para os potenciais problemas da execução que o dos projetistas e planejadores. Mais uma vez, a integração se mostra a chave das boas soluções e paga-se um custo por subestimar estas contribuições.


Complementarmente, a equipe responsável pela execução da maior parte das despesas não pode se limitar a meramente seguir as prescrições do projeto e do planejamento, deve participar ativamente no desenvolvimento de ambos. O projeto não é apenas um conjunto de descrições e representações de elementos constitutivos, mas carrega conceitos que precisam ser compreendidos. Já o planejamento possui variáveis que muitas vezes não ficam perceptíveis nas referências de custos e prazos; são as questões estratégicas e táticas relacionadas a recursos humanos, fluxo de caixa, disponibilidades de recursos físicos, gestão de riscos etc.


Veja, portanto, que o eixo de Execução de Obras inicia sua participação analisando as opções de terreno em relação aos condicionantes que cada um apresenta em relação à execução das obras. A logística interna de movimentação de materiais, pessoas e equipamentos na obra e a logística externa de acessos, tráfego na vizinhança etc. são importantes fatores para a metodologia executiva, custos, cronograma, riscos e relações com a vizinhança (partes interessadas). A experiência de quem vive essas relações com regularidade é fundamental nesta análise.


Isso tudo, obviamente, precisa ser levado em consideração no projeto do produto e no planejamento da execução, o que mantem a equipe de execução envolvida com o processo permanentemente.



E o proprietário, ou usuário final, onde entram nesse processo? No eixo de competência Entrega, cujo trabalho é relativo às garantias de que tudo estará em conformidade para a operação.


Neste eixo de competência podemos considerar o controle de qualidade das entregas intermediárias sob a ótica do usuário final ou do proprietário. Mas este controle é feito com base em requisitos que precisam estar claros e objetivos, o que impõe a necessidade de registrá-los adequadamente no início do ciclo de vida para que possam ser observados no projeto do produto, no planejamento e na execução. Sua definição é feita pelo trabalho no eixo de competência da entrega, afinal, não há melhor perspectiva para essa definição que a dos responsáveis pela operação do futuro negócio.



Assim, a entrega final da implantação é acompanhada ao longo do processo, clarificando os requisitos fundamentais, verificando as entregas intermediárias e participando da recepção final juntamente com a equipe de execução de obras (focada na transição) e a equipe de projeto do produto (focada na documentação “as built”).


Fica assim construído o mosaico essencial da implantação de um empreendimento numa perspectiva mais apropriada ao sucesso desse processo, entendendo o sucesso como ganhos reais em custos, prazos, qualidade na implantação e na operação, bem como vantagens competitivas para o negócio: a Engenharia Integral.



Concluindo, com este breve cenário do processo de implantação percebe-se diversas frentes de trabalho simultâneas (Engenharia Simultânea). Abordá-las de forma sequencial (Engenharia Sequencial), como ainda é prática bem comum no mercado, reduz a complexidade, mas impõe riscos, custos adicionais e prazos mais extensos aos empreendimentos. Para que assumir estes problemas, se há como contar com uma gestão mais apropriada para este complexo processo?

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